Gerenciar um negócio é algo delicado, e ter, de maneira clara, informações sobre a vida financeira de uma empresa é fundamental para uma melhor tomada de decisão. A demonstração de Resultados do Exercício (DRE) é um demonstrativo contábil que tem este objetivo.
A DRE vai muito além de uma ferramenta para o contador da sua empresa. Ela pode te ajudar a acompanhar o desempenho do seu negócio, auxiliando no seu planejamento financeiro e aumentando sua visão de futuro.
A DRE presente no Conexa trata-se da DRE Gerencial. Sempre consulte seu contador. |
1. O QUE É DRE GERENCIAL?
A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é um resumo das operações financeiras da empresa em um determinado período. Este relatório irá auxiliá-lo a entender a situação financeira da sua empresa, identificando lucro ou prejuízo em determinados períodos, e facilitar nas suas futuras tomadas de decisões.
O objetivo deste relatório é evidenciar o resultado de forma mais eficiente que o Fluxo de Caixa, pois aqui é utilizado o regime de competência: Isso significa que todas as entradas e saídas são contabilizadas com o valor integral no período de sua competência.
Exemplo:
suponha que, em um determinado período, você vendeu R$ 200,00 à vista de serviços, e realizou uma compra de R$ 300,00 parcelada em 3x. No Fluxo de caixa por exemplo, esse período iria indicar um regime positivo, pois do seu caixa saíram R$ 100,00 e entraram R$ 200,00. Esse regime positivo não pode servir como parâmetro para saber se você está em lucro ou não, afinal, nesse exemplo, sua empresa de fato ficou R$ 100,00 mais pobre.
É nesse caso em que a DRE mostra a sua utilidade, pois nesse exemplo, o período estaria indicando R$ 200,00 de entrada e R$ 300,00 de saída, trazendo como resultado o prejuízo de -R$ 100,00.
2. CONFIGURANDO A DRE
No menu lateral, acesse Relatórios > Gerencial > DRE Gerencial. Caso seja o seu primeiro acesso ao DRE, provavelmente verá essa mensagem de aviso:
Isso significa que você precisa vincular as suas subcategorias de despesa às categorias do DRE. Para fazer isso, siga para o "clique aqui" na mensagem, ou acesse Contas a Pagar > Outros Cadastros > Subcategorias. Em seguida, selecione as subcategorias não vinculadas ao DRE, clique em Ações em Lote e selecione Vincular com categorias do DRE.
Consulte seu contador para saber como vincular as subcategorias de despesas em conformidade com seu negócio. |
Nesta tela, selecione em qual item do DRE as despesas vinculadas a cada uma das subcategorias deverão aparecer. Caso haja alguma subcategoria de despesa que você não queira que seja contabilizada no DRE, marque-a com a opção “Não exibir no DRE”.
Após finalizar o processo, acesse novamente o relatório do DRE e, caso aquela mensagem vermelha não apareça novamente, significa que já está tudo pronto, e você já poderá gerar o seu relatório.
3. COMO UTILIZAR DRE NO CONEXA?
Utilizando os filtros, selecione o período a ser analisado, as unidades (caso possua mais de uma), os centros de custo a serem filtrados (caso possua mais de um), e, por fim, selecione a análise horizontal ou vertical para ser calculada no seu relatório. (A ser explicada futuramente).
Ao clicar em Gerar Relatório, você terá uma tabela parecida com essa:
Todos os valores “sublinhados” são clicáveis. Ao clicar em um deles, você terá acesso a um relatório único que explica a origem desse valor.
4. COMO SE CLASSIFICAM OS LANÇAMENTOS DE UMA DRE?
4.1. RECEITAS OPERACIONAIS
A linha ao topo representa as Receitas Operacionais, que são os primeiros valores à serem somados no resultado (linhas em cinza), gerando a Receita Operacional Bruta
.
Nas Receitas Operacionais, temos o valor da linha “Receitas de Vendas de Produtos e Serviços”, onde está sendo contabilizado o valor bruto de todas as vendas que foram faturadas (gerou a cobrança no Contas a Receber) na competência deste período.
4.2. DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Esse valor, geralmente negativo, é somado à Receita Operacional Bruta, gerando a Receita Operacional Líquida
. O mesmo é composto por:
4.2.1. Juros e multa: Soma do total de Juros e Multa recebidos por quitações em atraso em alguma das cobranças constatadas na linha Receitas de Vendas de Produtos e Serviços
;
4.2.2. Negociações: Soma de todas as variações que ocorreram nas cobranças da linha Receitas de Vendas de Produtos e Serviços
decorridas de negociações. Essas variações podem ser positivas ou negativas, dependendo se o valor negociado foi maior ou menor que a soma dos valores das cobranças negociadas;
4.2.3. Descontos em vendas:: Quaisquer descontos que foram dados diretamente à venda, no momento do seu registro ou editando a mesma;
4.2.4. Descontos no faturamento: Quaisquer descontos que foram aplicados à cobrança, no momento do faturamento avulso ou contratual;
4.2.5. Descontos na quitação: Descontos condicionais aplicados por pagamento antecipado, ou descontos aplicados no momento da quitação manual da cobrança;
4.2.6. Deduções e impostos: Total de despesas vinculadas à subcategorias que estejam vinculadas à categoria Deduções e Impostos.
Exemplo:
Valor original de um plano for R$1000,00;
Foi dado um desconto de R$300,00 no ato do cadastro do contrato;
Foi dado mais R$100,00 de desconto no faturamento.
Após todas as deduções acima, temos a RECEITA LÍQUIDA
. Ela é o resultado da Receita Bruta menos suas devoluções, impostos e os descontos comerciais. Juros e ganhos provenientes de aplicações financeiras (descontados os impostos) também compõem a Receita Líquida.
4.3. CUSTOS OPERACIONAIS
4.3.1. Custo dos serviços prestados: São os valores gastos especificamente na realização do serviço. O pensamento
aqui é assim: Quanto é gasto somente para executar os serviços solicitados pelo cliente. Note que esse valor pode variar em cada tipo de serviço;
4.3.2. Custo das vendas de produtos: Também conhecido pela sigla CPV, é um indicador que mede todos os gastos para produzir e estocar um produto até que a sua venda ocorra. Ou seja, o CPV é um valor relacionado tanto aos processos de produção da empresa quanto também no processo de comercialização que a mesma aplica para seus produtos.
Ao valor resultante da receita total de uma empresa menos os seus custos variáveis (custos ligados diretamente à produção, prestação de serviço ou a atividade da companhia) damos o nome de RESULTADO BRUTO
.
4.4. DESPESAS OPERACIONAIS
4.4.1. Despesas administrativas: Despesas correspondentes a gastos para manter a empresa em funcionamento. Exemplos: Contas de aluguel, água, energia e telefone em escritórios.
4.4.2. Despesas comerciais: Despesas relacionadas às atividades comerciais da empresa. Exemplo: comissões pra vendedores, combustível utilizado durante atividades relacionadas, etc.
4.4.3. Despesas operacionais: Aqui são descritas as despesas provenientes da prestação da atividade fim da empresa. Em um coworking, por exemplo, a conta de energia pode ser tanto uma despesa administrativa quanto operacional (visto que é imprescindível haver energia elétrica para a utilização de salas e estações de trabalho). Para saber como melhor adequar suas despesas, consulte o seu contador.
4.5. OUTRAS DESPESAS
4.5.1. Despesas financeiras: Gastos com juros e multas podem ser apresentados. Variações cambiais também são exemplos de despesas financeiras;
4.5.2. Outras despesas operacionais;
4.7. DESPESAS COM INVESTIMENTOS E EMPRÉSTIMOS
4.7.1. Empréstimos e dívidas;
4.7.2. Investimentos em imobilizado
Após a computação de todos os itens citados acima, temos o que é chamado de Resultado do Exercício
. Este valor representa o resultado líquido de uma empresa após a realização de suas atividades num determinado período. Pode ser expresso por Lucro ou Prejuízo.
5. ANÁLISE DE DADOS NA DRE
5.1. ANÁLISE HORIZONTAL
É a análise da evolução periódica de todos os elementos (contas e grupos de contas) que compõem o demonstrativo financeiro.
A Análise Horizontal baseia-se em variações percentuais anuais das demonstrações financeiras. Os principais objetivos da AH são:
Facilitar a leitura e interpretação dos demonstrativos financeiros;
Medir a evolução de cada elemento em relação ao período anterior;
Evidenciar o comportamento dos elementos que compõem a estrutura do demonstrativo financeiro;
Transformar os dados dos demonstrativos em informações úteis sobre o desempenho da empresa;
Promover melhores decisões empresariais.
5.2. ANÁLISE VERTICAL
É uma análise comparativa entre todos os elementos (contas e grupos de contas) que compõem o demonstrativo financeiro.
A Análise Vertical é também chamada de Análise Estrutural. Ela recebe este nome porque facilita a compreensão da estrutura do demonstrativo em análise.
Na Demonstração de Resultados, calcula-se o percentual de cada conta em relação Receita Operacional Bruta.
Os principais objetivos da AV são:
Facilitar a leitura e interpretação dos demonstrativos financeiros;
Medir a importância de cada elemento em relação ao total em que está inserido;
Evidenciar os elementos que compõem a estrutura do demonstrativo financeiro;
Transformar os dados dos demonstrativos em informações úteis sobre o desempenho da empresa;
Promover melhores decisões empresariais.
No caso da AV na Demonstração de Resultados, o usuário terá a oportunidade de identificar quais Custos ou Despesas são os mais importantes. Os percentuais de participação destes Gastos, indicados pela AV, apontam se há necessidade de medidas para a sua redução.